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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Flamengo rebaixado em 1933 - A mentira !

A MENTIRA SOBRE O FLAMENGO TER SIDO REBAIXADO EM 1933

É fato alguns vascaínos que querem denegrir a história do FLAMENGO estarem divulgando um suposto rebaixamento do FLAMENGO no ano de 1933. Sobre tal absurdo então vou colocar um artigo que lí em um livro. Algo que adoro fazer, ler sobre Futebol ! 



28°. CAMPEONATO CARIOCA -1933
Cisão no futebol carioca e brasileiro. – Fundação da Liga Carioca de Futebol. -Duas entidades. -Dois campeões:  Botafogo e Bangu. -Nilo, do Botafogo, o artilheiro, na A.M.E.A., com 19 gols. -Tião, do Bangu, o goleador, na Liga Carioca, com 13 gols.
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Em 1933 aconteceu o que já era esperado há muito tempo . O falso amadorismo estava no fim. O “amadorismo marrom” estava sendo praticado às escâncaras, com o chamado “bicho”, isto é, as gratificações por vitórias cada vez mais alto. Fluminense, América e Bangu se articularam no sentido de adotar, oficialmente, o profissionalismo, o que, no entender do Botafogo viria a prejudicá-lo, porque do seu time, formado em 32, muitos não aceitariam a profissionalização. Nessa situação se encontravam Victor, Paulinho, Nilo, Moura Costa, Pedrosa, Pamplona, e outros que, realmente, nunca se tornaram profissionais. Depois de várias reuniões, o Botafogo, que ainda contava com o apoio do Flamengo e do São Cristóvão, resolveu ficar na A.M.E .A., não concordando com a fundação de nova entidade para a adoção do profissionalismo. Depois, Flamengo e São Cristóvão resolveram voltar atrás de sua decisão, deixando o Botafogo sozinho na luta pelo amadorismo. Em consequência, houve 2 campeonatos em 1933. Um pela Liga Carioca, o chamado profissional; e outro pela A.M.E.A., dito amador, sendo que este era o oficial por ser esta entidade filiada a CBD -Confederação Brasileira de Desportos,portanto com vínculo internacional com a FIFA –Federação de Football Association. Na Liga Carioca, o Bangu, disputando com Fluminense, Vasco, Bonsucesso, América e Flamengo. A peleja decisiva entre Bangu e Fluminense foi realizada no dia 12 de novembro de 1933, no Estádio das Laranjeiras, tendo como árbitro Alderico Solon Ribeiro. O Bangu jogou desfalcado do zagueiro esquerdo Sá Pinto e do ponta direita Sobral; e o Fluminense sem o goleiro Veloso, todos contundidos. 1° Tempo, Bangu 2 a 0, gols de Ivan (contra) e Tião. No 2°, Plácido e Tião selaram a vitória do Bangu. O Bangu alinhou: Euclides; Mario e Camarão; Ferro, Santana e Médio; Paulista, Laudislau, Tião, Plácido e Orlandinho. O Fluminense com: Armandinho; Ernesto e Cabrera (Nariz, aos 21 do 2°); Marcial, Brant e Ivan; Álvaro, Vicentino (Russo), Russo (Cabrera), Tintas e Valter.
O Bangu, primeiro campeão carioca de profissionais, colheu este resultado no 1° turno: Fluminense, 2 a 0; Vasco 2 a 2; Bonsucesso 4 a 3; América 6 a 2; e Flamengo, 2 a 2. No returno: Fluminense, 4 a 0; Vasco, 0 a 3; Bonsucesso, 5 a 0; América, 7 a 3; e Flamengo, 3 a 1. Em 10 jogos, teve 7 vitórias, 2 empates e 1 derrota (Vasco, 3 a 0). O artilheiro deste campeonato da Liga Carioca foi o centro-avante Tião, do Bangu, com 13 gols em 10 jogos. A formação-base do Bangu era esta: Euclides; Mario e Sá Pinto (Camarão);  Ferro (Paiva), Santana e Médio; Sobral, Ladislau, Tião, Plácido e Orlandinho. Luiz Vinhais e Jayme Mathias Ricão dirigiram o time. O presidente do Bangu era o Sr. José Alberto Guimarães. A classificação final da Liga Carioca foi esta: 1.°) Bangu, 4 p.p. (campeão); 2.°) Fluminense, 8; 3.°) Vasco e Bonsucesso, 10; 5°) América, 13; 6°) Flamengo, 15. Observação: O Bonsucesso ganhou os pontos do returno com o Flamengo.
Na A.M.E.A. , o Botafogo sagrou-se bi-campeão, com aquele timaço, enfraquecido pela saída de alguns jogadores que resolveram se profissionalizar, já que os dirigentes do clube resolveram liberar aqueles que quizessem sair. O Botafogo teve esses resultados no 1.° turno. Andaraí, 1 a 0; Olaria, 1 a 3; Engenho de Dentro, 5 a 1; Confiança, 2 a 2; Portuguesa, 9 a 2; Mavílis, 4 a 1; Cocotá, 7 a 4; Brasil, 2 a 1; e River, 2 a 1. No returno: Andaraí, 3 a 2; Olaria, 1 a  1; Mavílis, 3 a 0; Cocotá, 1 a 1; Brasil, 2 a 1; e River, 3 a 2. Em 18 jogos, 12 vitórias, 4 empates e 2 derrotas (Olaria, 3 a 1 e Engenho de Dentro, 4 a 2). Marcou 50 gols e sofreu 27. O artilheiro desse campeonato da A.M.E.A. foi Nilo, do Botafogo, com 19 gols em 10 pelejas. A equipe-base do Botafogo foi esta: Victor; Rogério e Vicente; Afonso, Ariel e Pamplona; Cartolano, Nilo, Carvalho Leite, Jaime e Pirica. Também jogaram: Teté, Badu, Canali, Átila, Elói, Mourinha, Walter, Ludovico, Mosquera, Borges, Corisco, Dondon e Baiano. O presidente do Botafogo era o Sr. Paulo Azeredo. A colocação final da A.M.E.A. – Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, por pontos perdidos, foi esta: 1.° – (campeão), Botafogo, 8; 2° – Andaraí, 14; 3.° – Olaria, 15; 4.° – Confiança, 17; 5.° – Portuguesa e Engenho de Dentro, 18; 7°. – Cocotá, 19; 8.° – Mavílis, 22; 9.° Brasil e River, 25. Flamengo, São Cristóvão e Carioca abandonaram o campeonato, depois de terem disputado alguns jogos, no início do certame. O Confiança ganhou os pontos do jogo com Brasil pelo 1° turno.
Deve-se ressaltar que a cisão atingiu todo o futebol brasileiro, tendo os clubes que queriam adotar o profissionalismo criado a Federação Brasileira de Futebol – FBF, que teve como 1.° Presidente o Sr. Sérgio Meira, do São Paulo F.C.; e como vice o Sr. Plínio Leite, do América F.C. do Rio. A CBF, contudo, continuava, no âmbito internacional, como a entidade oficial, vinculada à FIFA. O seu presidente era o Sr. Renato Pacheco que, pouco depois, renunciaria, tendo assumido o cargo o Sr. Luiz Aranha, figura que, juntamente com Carlito Rocha sustentou, até o fim,  a luta com as chamadas “Especializadas”, como eram denominadas as entidades profissionais. Neste lado, os nomes de maior destaque era os srs. Arnaldo Guinle e Oscar Costa, ambos do Fluminense e Antonio Gomes de Avelar, do América F.C.

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