Religião, um grande negócio.
Jornada mundial da juventude católica. JMV
Quem vai pagar a conta da visita do Papa o Rio de Janeiro?
Constitucionalmente, o Brasil é um Estado laico, portanto deveria garantir a todos os cidadãos diversidade religiosa e a liberdade de crença. Isso significa que a coexistência de vários credos deve ocorrer sem que se imponha a crença religiosa de uma parte da sociedade ao conjunto dela, pois isso coloca a democracia em sério risco, já que os direitos humanos de parte da população que não compartilha daquela crença estariam sendo violados. Assim sendo, a visita do Papa ao Brasil, se custeada com dinheiro público - de formas diretas ou indiretas (por exemplo, renúncia ou isenção fiscal de empresas patrocinadoras do evento) - ferirá grave e frontalmente a laicidade do Estado.No fim das contas esse dinheiro sairá do meu e do seu bolso.
Afinal, qual é o sentido da Jornada mundial da juventude?
Propaganda. É a resposta do Vaticano à constante perda de católicos para as igrejas evangélicas. Essa é a minha opinião. Até então tudo bem, se não fosse com dinheiro do meu bolso, alias do nosso bolso!
Que fique bem claro, o Papa tem toda a liberdade de visitar o Brasil. Assim como eu tenho de visitar Roma. Só que eu tenho que pagar do meu bolso e olha que já pago impostos por tudo. O Papa então que custeie sua visita e use o dinheiro da Santa Igreja Católica. Só com o dinheiro de isenção de impostos já cobriria milhões de viagens.
Os católicos podem celebrar sua fé com o chefe de sua igreja, assim como qualquer outro grupo religioso pode fazê-lo com os seus líderes e comunidades. A questão aqui é simplesmente: POR QUE É QUE EU TENHO QUE PAGAR POR ISSO?
Aliás, essa isenção poderia ser revista e retirada sem prejuízo algum à ideia de laicidade. Já o Estado brasileiro transferir dinheiro para financiar cultos e celebrações religiosas fere diretamente esse pilar do Estado Republicano em sua melhor expressão.
Em dezembro de 2011, a Assembleia Legislativa do Rio aprovou a liberação de R$ 5 milhões para a organização e divulgação desse encontro e para a preparação do Aterro do Flamengo, onde haverá uma missa do papa.
A Igreja Católica é que deveria arcar com esses gastos, e não os pagadores de impostos, que incluem os não católicos, evangélicos e os que não têm religião.
A Assembleia liberou a verba por intermédio de uma emenda orçamentária de Myrian Rios (PDT), deputada ligada ao movimento carismático. Essa verba poderá ser apenas a ponta de um iceberg de recursos públicos que serão destinados ao evento católico.
E você?
Quem vai pagar a conta da visita do Papa o Rio de Janeiro?
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1262642-produtora-busca-recursos-publicos-para-jornada-mundial-da-juventude.shtml